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Altas horas: Inteligência operando

Vasculhando por entre as fontes abertas eles selecionam interessantes para os consumidores de Inteligência. Além disso, porque o mundo dos negócios evolui cada vez mais rapidamente, eles dão bastante atenção ao que é novo, inédito, e mesmo àquilo que é criado sob encomenda para pessoas e organizações de referência, refletindo interesses, intenções veladas, e mais um universo de aspectos relevantes sobre competidores, fornecedores, governantes, mídias comunicativas e a própria sociedade. Para a Inteligência Competitiva alcançar a produtividade esperada, sem perder o ganho de escala nem a precisão, sua operação demanda uma divisão de trabalho. Recomenda-se aqui que o setor de Inteligência se organize em três times distintos.

Um primeiro time de profissionais trabalha durante o dia, se acomodando pelos horários comerciais. Estes têm a responsabilidade de coletar dados e informações diretamente das fontes abertas, jornais, revistas, internet, e também das redes de colaboradores, valendo-se de relacionamento interpessoal, sendo o produto do seu trabalho o insumo mais substancioso para as equipes da noite. Além disso, esse time mantém uma franca interatividade no seio da própria organização, desmistificando antigos fantasmas dessa atividade e protegendo as informações sensíveis, inclusive fechando as aberturas da organização para as ações invasivas da Inteligência dos rivais. Na linguagem da comunidade de Inteligência, este é o Time da Coleta, responsável pela reunião da maioria dos insumos informacionais demandados no processamento noturno, trabalho de base para o sucesso das demais equipes. O segundo time é o que recebe diretamente o impacto do enorme volume de informação coletada pelos trabalhadores diurnos. Eles são os primeiros a atuar, já no início da noite, e vão logo filtrando a grande massa de arquivos digitais através de eficientes processos de triagem, dando passagem somente ao que é pertinente às necessidades previamente estabelecidas. Em certos casos realizam também trabalhos de coleta para preencher lacunas no entendimento, tentando corrigir os vazios de informação (gaps). Eles validam seus produtos mediante a verificação de valor e credibilidade dos insumos, que são considerados separadamente, fontes de informação e conteúdos.

O que resulta desse processo não é pouca coisa e tudo prossegue ordenadamente pelos sistemas até os desktops e mesas de análise do pessoal do terceiro time. Na Inteligência este segundo grupo é chamado de Time de Redução. O terceiro time é integrado pelo pessoal mais experiente em Inteligência. Conduzidos com a orientação segura daquele a quem chamamos Gestor de Inteligência (GI), ou analista-mor, eles operam com visão de tempo real sobre as forças táticas e estratégicas dos mercados, levando em conta aspectos candentes da economia, da política, da sociedade, projetando o futuro, antecipando riscos, ameaças e oportunidades de negócios. São profissionais que têm acesso direto e privilegiado a interlocutores-chave situados nos governos, nas universidades, nas empresas de consultoria e até mesmo na imprensa. A sua competência individual e coletiva influencia a qualidade da inteligência produzida. Seu trabalho tem muito de arte e o que produzem de valor para a organização compensa de sobra os seus bons salários. Este é o chamado Time da Análise. É justo destacar um pouco mais a atuação do GI, profissional experiente na coleta e no processamento de informações, com perfeito conhecimento das possibilidades e deficiências do Sistema e da própria organização. A ele cabe animar os trabalhos da Inteligência, em especial aqueles que dizem respeito à análise, que poderão demandar, além dos Analistas de Inteligência orgânicos, colaboradores externos que detenham reconhecido conhecimento nas questões analisadas. Mantendo relações simples e de confiança com a direção da organização, ele “circula” pelos setores internos e também “passeia” pelas redes de colaboradores, mantendo o ritmo adequado aos trabalhos da Inteligência. Por essa razão, não deve fixar-se a um escritório, mas ter um lugar onde possa sentar-se com os integrantes de cada um dos times da Inteligência (coletores, redutores e analistas), nos locais de “passagem” das perguntas e respostas.

Considerando a importância crescente de se manter um caráter aberto e amigável na troca interna de informações organizacionais, tanto quanto isso seja possível, e buscando a maior eficácia do seu próprio desempenho, o GI age diluindo fronteiras hierárquicas, mantendo sempre uma política de abertura, numa atitude de “subversão positiva”, reconhecendo autorias (garantindo direitos de autoria) e partilhando resultados, respeitando o trabalho das fontes e citando-as abertamente, quando seja o caso. Compreendendo que a sua atuação é de longo prazo, ele se esmera na diplomacia, liderança e discrição, incutindo confiança nos colaboradores que se sentem à margem do processo informacional, pois a Inteligência não deve se furtar a quaisquer fontes possíveis de insumos úteis. Com isto o GI mantém a “porta aberta” para todos os que têm algo a informar, apanágio dos melhores Sistemas de Inteligência.