Segundo o empresário brasileiro radicado em Dubai, Omar Khaled Hamaoui, o melhor ambiente para um empresário prosperar é o da seriedade e profissionalismo.
Dubai – Durante uma missão empresarial que realizamos com empreendedores brasileiros, conhecemos pessoalmente Omar Khaled Hamaoui, empresário que havia sido destaque na revista Pequenas Empresas, Grandes Negócios na matéria “O desbravador do deserto“, onde se destacava os frutos do seu pioneirismo empresarial no Oriente Médio. Um verdadeiro feito! Esse primeiro encontro aconteceu durante um maravilhoso almoço num dos melhores restaurantes árabes de Dubai, o Al Halab, que serve excelentes pratos da culinária libanesa no maior shopping do mundo, The Dubai Mall. Lá ele contou de perto como foi o seu processo de internacionalização e destacou quais foram os principais desafios, como por exemplo, entender o sistema que regula o setor de construção nos Emirados, que apesar de ser muito exigente, é também bastante funcional e seguro. Até hoje recebemos elogios pela promoção desse encontro entre os empresários (foto).
DEMANDA CRESCENTE EM DUBAI
Entramos novamente em contato com o Sr. Omar para saber como estão os negócios no Oriente Médio e no dia 22 de abril de 2018, um domingo (dia útil em Dubai. Lá, a sexta-feira é o dia santo e eles param suas atividades), fomos recebidos pelo cortês, educado, hospitaleiro e visionário empresário na sede da sua empresa, a Engeprot Engineering & Post Tensioning Services, especializada em projeto e execução de estruturas em concreto pretendido. Segundo ele, estão vivendo um dos melhores momentos da empresa, sobretudo pela grande demanda existente nos Emirados Árabes Unidos atualmente.
Iniciamos nossa conversa falando sobre Brasil e como estava a sua relação com o país após quase 15 anos de “expatriação”. Khaled relatou que finalizou um processo de retirada da sociedade brasileira, colocando mais foco na operação internacional e foi enfático ao afirmar que o Brasil passa um momento que ele chamou de “fora da realidade”. Segundo ele, falta seriedade por parte de muitos profissionais em todo o mundo, mas no Brasil vemos isso de forma acentuada, afirmou. Para se internacionalizar é preciso mais que competência. Aqui você tem que ser sério nos prazos, documentos e entregas, se não, perde a autorização para trabalhar e aqui não tem o famoso “jeitinho”, completou Hamaoui.
Foto: Rafael Custódio
Relembrei do nosso encontro em 2013, quando ele havia comentado que em Dubai também também há muitas exigências do governo, mas que a diferença se dava no pleno funcionamento dos órgãos públicos (leia sobre o Programa de Excelência do Governo de Dubai). Perguntei se isso permanecia da mesma forma e como foi a adaptação a esse sistema? Novamente, Khaled foi muito claro ao afirmar que o sistema de trabalho em Dubai é muito rígido e constantemente busca-se melhorar as regras comerciais, por isso, você tem que ter um time muito sério e profissional para não perder datas essenciais para o seu negócio. Há pouco tempo, quase perdemos uma autorização para atuar em alguns canteiros de obra, mas conseguimos entregar toda a documentação a tempo, revelou. Ainda sobre Dubai, ele destacou como vantagens o profissionalismo das pessoas, a alta demanda de trabalho, o contato com profissionais de todas as partes do mundo, além de ser um hub logístico que atrai investimentos de todo o tipo, especialmente, no mercado mobiliário.
Falamos um pouco mais sobre a realidade brasileira e relatei um episódio que vivi junto à diretoria da Canton Fair, a maior feira multissetorial do mundo, realizada duas vezes por ano em Guangzhou, na China. O Diretor internacional da feira nos perguntou: por que vocês atravessaram o mundo para virem à China, uma vez que vocês estão vivendo uma grande crise no seu país? Respondemos: Sim, o governo brasileiro vive uma grande crise, mas nós somos empresários e não podemos parar de trabalhar para desenvolver nossos negócios. Baseado nesse relato, perguntei a ele sobre os desafios do empresário brasileiro neste novo tempo. O que esse empresário deve fazer para vencer? “Paulo, eu acho que é preciso desenvolver essa seriedade que falamos no início da nossa conversa. Isso aparece no compromisso que cada um deve apresentar nas entregas que tem que fazer”, destacou.
Entendi nesse diálogo o princípio da Governança Corporativa da prestação de contas. Num tom quase que religioso, concordamos que, sem este compromisso, poderíamos até mesmo enganar a todos os que estão à nossa volta (claro que não queremos e não faremos isso), mas jamais poderemos enganar a Deus, que a tudo vê. Concordamos que isso deve ser levado ao extremo do profissionalismo.
Por fim, pedi a ele que deixasse uma palavra de ânimo para o empresariado brasileiro: “Fale aos nossos amigos para serem mais sérios no que fazem!”
Dali, segui com nosso amigo e parceiro, Rafael Custódio, para o Dubai International Convention and Exhibition Centre utilizando um carro compartilhado, tudo feito pelo aplicativo. Conto essa experiência neste post aqui.
Sucesso!!!
Sobre a Engeprot Engineering & Post Tensioning Services
Segundo a Agência de Notícias Brasil Árabe, da Câmara de Comércio Árabe Brasileira Engeprot é de propriedade do gaúcho Omar Khaled Hamaoui e do emirati Suhail Hilal Bin Tarraf, tem sede em Dubai e escritório em Abu Dhabi. A empresa é especialista em projetos e execução de estruturas em concreto protendido. A empresa participa da construção da Mohammed Bin Rashid Library, que abrigará 4,5 milhões de livros, e do Silicon Park, projeto de cidade inteligente. A Engeprot já executou cerca de 250 obras nos Emirados, o que significa mais de seis milhões de metros quadrados feitos. Várias delas são construções famosas no país árabe e internacionalmente.