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É hora de empreender?

Saiba como está o cenário no Brasil, no nordeste e na PB.

João Pessoa, 02 de fevereiro de 2022 – Paulo Junior

O Brasil é reconhecidamente um dos países mais empreendedores do mundo, não apenas por relatórios globais de empreendedorismo, mas principalmente, porque em diversas situações podemos comprovar que o brasileiro possui verdadeiramente um espírito empreendedor. Ter um negócio próprio é o segundo maior sonho do brasileiro, ficando atrás apenas da casa própria e, segundo o Sebrae nacional, cerca de 44 milhões de brasileiros são ou desejam ser empreendedores.

Global Entrepreneurship MonitorGEM 2020/2021, diz que o país tem a 7ª maior taxa de empreendedorismo inicial do planeta, destacando que somos o país com empreendedores mais autônomos, ou seja, que desenvolvem suas atividades de forma independente, sem o famoso “paitrocínio“. Segundo o estudo, o Brasil aparece como o país campeão da América Latina em que as pessoas esperam iniciar um negócio nos próximos 03 anos, e basta olhar ao redor para comprovar isso porque somos um país em que as pessoas sabem enxergar as oportunidades para empreender. É fato de que quase todo mundo conhece alguém que abriu ou quer abrir um negócio próprio e a pandemia acelerou esse processo, pois, mais da metade dos que estão iniciando ou administrando um negócio (57,3% – 15/43) concorda que a pandemia gerou novas oportunidades para empreender.

Esses números revelam dois fatos: o primeiro é que estamos vivendo, talvez, um dos melhores momentos para as pessoas realizarem seus sonhos, apesar de toda incerteza e dores que a pandemia trouxe para muitas pessoas. O segundo, é que o brasileiro é, definitivamente, empreendedor de mão cheia, capaz de lidar com essas incertezas. Entretanto, quando perguntados em relação ao conhecimento, habilidades e a experiências necessárias para abrir um negócio, o brasileiro não é tão confiante assim. Cerca de 41,4% dos entrevistados no pais não se sente tão confortável para iniciar ou tocar um negócio, ou seja, nem todos sabem como transformar as boas ideias em um empreendimento de sucesso, nesse quesito ficamos atrás dos chilenos e panamenhos. Particularmente, percebo isso em nossas Clínicas de Planejamento, uma micro consultoria que criamos para auxiliar os empreendedores na hora de organizar suas ideias e planejar os passos de forma consistente até o sucesso. Muitos entram animados com suas ideias, alguns até imaginam como colocá-las em prática, mas poucos conseguem responder algo crucial na hora de empreender: por que fazem o que fazem ou por que o desejam fazer?

Incertezas e o medo de falhar impedem que muitos brasileiros consigam realizar o sonho de ter um negócio próprio.

Empreender exige conhecimento, preparação e planejamento, mas não sem antes ter fé de que as coisas podem dar certo, confiança em suas habilidades, senso de propósito e coragem para enfrentar o medo do fracasso. Por falar em medo de fracassar, este é um dos fatores que mais influenciam os brasileiros fazendo-os adiarem seu sonho de empreender. No ranking de 43 países, ficamos em 19º com um índice de 43,4% de pessoas que acreditam que podem vencer o medo na hora de empreender.

Cenários: o mapa das empresas no Brasil, nordeste e Paraiba

Paulo Junior - João Pessoa, dezembro de 2021: trabalhadores numa obra
Foto do autor – João Pessoa, dezembro de 2021: trabalhadores numa obra retratando que o estado da Paraíba tem 244.854 empresas ativa e foram abertas em 2021 um pouco mais de 51.107 empresas, num tempo estimado de abertura em 2 dias e 10h

No contexto geral em relação ao empreendedorismo, o Brasil ficou em 31º lugar dentre os 43 países analisados, mas quando o assunto é a resposta do Empreendedor diante das oportunidades e ameaças trazidas pela pandemia, nossa classificação saltou para a 6ª posição, reforçando assim nossa capacidade de superação diante dos desafios impostos, ou seja, sabemos fazer as coisas acontecer.

Os números confirmam isso, pois, de acordo com o Painel Mapa de Empresas, do Ministério da Economia, temos no país 19,2 milhões de empresas ativas, sendo que mais de 3,8 milhões foram abertas somente em 2021 e levaram 02 dias e 02 horas para serem abertas. Na região Nordeste são cerca de 3,3 milhões de empresas ativas, das quais 654.434 (18,2%) foram abertas em 2021, levando um pouco mais de 3 dias para serem abertas. O estado da Paraíba tem 244.854 empresas, sendo que em 2021 foram abertas 51.107 empresas, num tempo estimado de abertura em 2 dias e 10 horas, contra 41.277 em 3 dias e 8 horas no ano de 2020. A capital, João Pessoa, conta com 84.283 empresas ativas, representando cerca de 34,4% de todo o estado, 19.181 abertas em 2021 contra 16.227 em 2020, e o tempo estimado para se abrir uma empresa na capital paraibana baixou de 3 dias e 8 horas em 2020, para 2 dia e 5 horas em 2021. Já Campina Grande possui 36.428 empresas ativas (14,9%), sendo que 7.297 foram abertas em 2021 levando 2 dias e 8 horas, contra 6.404 em 2020 num tempo estimado naquele ano de 2 dias e 1 hora, ou seja, com pouca evolução no processo de abertura.

No Brasil, cerca de 99% das empresas são pequenos negócios, representando um pouco mais que 18,5 milhões de empresas, sendo 12 milhões delas configuradas como MEI-Microempreendedor Individual e cerca de 7,5 milhões de Microempresas, com receita bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00/ano e as Empresas de Pequeno Porte-EPP, com faturamento entre R$360 mil a R$4,8 milhões. Cerca de 8,5 milhões de empresas atuam na área de serviços, 5,2 milhões em comércio, sendo que um pouco mais de 1 milhão de empresas atuam na área de moda e acessórios, 2,2 milhões na indústria, 1,2 milhão na construção civil e 0,2 em agronegócios.

O fato marcante nesse levantamento é o enorme impacto social que o empreendedor gera no país, a começar pela geração de emprego e renda, sem falar na dignificação do ser humano quando ele possui um trabalho, uma função. Nesse sentido, as micro e pequenas empresas criam 3 vezes mais empregos que as médias e grandes empresas. Por este motivo, apoiar o empreendedorismo deve ser um objetivo político comum de todos os entes do Poder Público, pois, o empreendedorismo é extremamente útil para manter ou melhorar os empregos, gerar receitas e trabalhar no futuro das cidades, tornando-as mais atrativas para os negócios que ainda nem existem, além de estimular a liberdade das pessoas, a realização dos seus sonhos e a transformação delas, dando-lhes a dignidade que o estado, por mais que tente, não é capaz de oferecer.

Respondendo objetivamente a pergunta que intitula este pequeno artigo, sim é hora de empreender, apesar de todos desafios. Vivemos um tempo propício para realizar e empreender, fazendo o que você realmente gosta e que lhe trará o poder de se sentir realizado e motivado para impactar e transformar a sociedade.

Empreenda!

Paulo Junior é CEO da PJI Consulting, especialista em carreira, gestão, liderança e empreendedorismo e presidente da Embaixada de Negócios

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Assista:

Paulo Junior fala como descobrir outras áreas de atuação para ganhar dinheiro
3 min – fonte: https://globoplay.globo.com/v/9622639/
Exibição em 21 jun 2021