Minha reflexão sobre os versos escritos no livro bíblico em Gênesis 41: 14; 16; 25 a 36, é extremamente simples e voltada para o cenário profissional. Os versos assinalados mostram que, ao ser chamado pelo Faraó para interpretação dos seus sonhos, José se apresentou como um excelente consultor, talvez o primeiro da história da humanidade. Alguns pontos me chamaram bastante a atenção:
1) Relacionamento é fundamental:
José foi indicado para dar consultoria, pois, segundo o relato bíblico o chefe dos copeiros teve um contato com ele quando ambos estavam na prisão, um cenário aparentemente sem futuro promissor. Entretanto, José, usando diariamente seus dons e talentos , deixou uma marca positiva neste contato e no momento oportuno, ou seja, quando realmente foi necessário, o copeiro se lembrou de José perante o Faraó. Aqui há um princípio do sucesso: há sempre alguém olhando para você, portanto, trabalhe diligentemente independentemente das circunstâncias.
Com isso, podemos afirmar que a prospecção de novos clientes se desenvolve melhor no âmbito do relacionamento, valorizando sempre a outra pessoa que “ainda” não é um cliente, mas poderá ser um canal para outros possíveis clientes em potencial. Lembro aqui daquela máxima em geomarketing: perto de um cliente, sempre há um não-cliente! Portanto, desenvolva relacionamento sincero com as pessoas.
2) A primeira impressão é mesmo a que fica:
Estar sempre bem vestido e adequado ao perfil do cliente será fundamental. Perceba que José se barbeou e trocou de roupa para ir ao Faraó (14). Mas será que isso é preciso falar? Infelizmente, sim, porque hoje as pessoas estão relativizando as relações e desconsiderando uma postura mais profissional diante dos seus prospects. Aprenda que a sua imagem sempre dará crédito às suas palavras, sobretudo, se você for um consultor.
3) Propaganda é a “alma” do negócio:
Divulgue seu trabalho: as pessoas precisam saber o que você faz. Note que no verso 15, o Faraó diz: “ouvi falar que você…”.
4) Competência é poder:
Saber fazer é muito mais imprescindível para uma pessoa de sucesso, do que apenas saber, conhecer. Ao colocar o conhecimento em ação, o profissional exibe suas verdadeiras credenciais para o mercado. Mas note que no caso de José, mesmo cheio de êxitos passados que lhes credenciaram a estar diante do Faraó (16), ele sinalizou um credenciamento ainda maior, destacando que o motivo de toda a sua história de sucesso viera exclusivamente de Deus.
Quando cito que competência é poder no item 4, falo do conhecimento colocado em ação, adquirido através de uma forte vivência prática ao longo dos anos. Não foi diferente com José, que desenvolveu competências de um líder vencedor desde o tempo em que foi vendido por seus irmãos, como por exemplo:
- Resiliência: José foi vendido como escravo para o Egito, foi acusado injustamente de adúltero, foi esquecido na prisão, suportou sete anos de escassez, encarou o retorno dos seus irmãos desleais.
- Visão de Futuro: desenvolveu uma Visão de futuro, pois, sabia que Deus tinha um plano especial para ele (Gn 37.5-6,9-11);
- Relacionamento: Deus era com José em tudo o que ele fazia, demonstrando claramente que havia relacionamento pessoal com Deus (Gn 39.2, 21,23).
- Realizações: Tudo o que José fazia, prosperava (Gn 39.23). Certamente, isso o ajudou a desenvolver competências como auto-confiança (parece contraditório, mas a cada vitória, ficamos sempre mais confiantes para os próximos passos), humildade e dependência de Deus.
- Liderança: foi líder na prisão e tomou conta de todos os presos (Gn 39.22).
- Confiança: obteve a confiança do carcereiro para liderar onde estava, independente, das péssimas circunstâncias (Gn 39.22).
- Gerenciamento: o carcereiro confiou a José todos os presos e ele fazia tudo o que devia se fazer ali (Gn 39.22)
- Prestação de contas: o texto de Gn 39.22 não deixa claro, mas e impossível que o José não necessitasse prestar contas do que havia feito na prisão.
- Gestão de conflitos: imagina liderar num ambiente completamente hostil? Certamente, interesses eram contrariados e havia oposição. Cenário oportuno para conflitos.
- Estratégia e Organização: como Governador teve que ser estrategista e um líder organizado para suportar os tempos de escassez (Gn 41.56). Fez toda a preparação para salvar o país e obter grandes riquezas para Faraó.
- Discernimento e Sabedoria (Gn 41).
- Paciência: especialmente, para lhe dar com seus irmãos (Gn 45)
- Senso de segurança (Gn 45.4)
- Senso de empatia (Gn 45.4)
4.15) Senso de propósito (Gn 45.5)
5) Ouça atentamente seu cliente: José ouviu tudo o que o Faraó falou;
6) Seja confiante para um diagnóstico assertivo:
José afirmou com toda a confiança (vs 25-32) a sua percepção sobre o assunto: “O Faraó teve um único sonho”. Baseado no seu conhecimento e relacionamento com Deus.
7) Não fique no diagnóstico:
Dê um prognóstico. Olhe para frente sempre. Encontre soluções positivas, pois, definitivamente não vale a pena ficar remoendo o que aconteceu, mas através dos dados e informações históricas o profissional de sucesso deve construir uma visão de futuro. Por isso, faça recomendações estratégicas (32), organizacionais (33-34) e operacionais (35).
As recomendações feitas por José, foram:
- Estratégica: Gênesis 41:32 NVI diz: “O sonho veio ao faraó duas vezes porque a questão já foi decidida por Deus, que se apressa em realizá-la.”, ou seja, sob o ponto de vista macro, estratégico, ele foi bem claro ao afirmar que já havia um plano em curso que, se nada fosse feito, comprometeria o futuro do país.
- Organizacional: foi feita pelo apontamento da necessidade de haver um gestor para a crise: “Procure agora o faraó um homem criterioso e sábio e coloque-o no comando da terra do Egito.” Gênesis 41:33 NVI
- Operacional: “O faraó também deve estabelecer supervisores para recolher um quinto da colheita do Egito durante os sete anos de fartura. Eles deverão recolher o que puderem nos anos bons que virão e fazer estoques de trigo que, sob o controle do faraó, serão armazenados nas cidades.” Gênesis 41:34-35
8) Trabalhe duro e sempre com fé, pois, o sucesso virá:
Napoleon Hil, autor do livro “A Lei do Triunfo”l reforça a crença na lei da semeadura, dizendo que “aquele que trabalha mais do que ganha, em breve ganhará mais do que trabalha”. Assim aconteceu com José, cuja remuneração pela “consultoria” que deu ao Faraó foi nada menos do que governar toda a terra do Egito, principalmente, porque após o trabalho realizado, as suas qualificações e atmosfera vencedora, ficaram ainda mais evidenciadas pela presença do Espírito de Deus em sua vida.
Espero que estas reflexões nos ajudem a servir melhor aos nossos clientes e, principalmente a Deus!
Sucesso!